Muito se tem falado sobre o aborto clandestino em Portugal mas pouco se diz.
Eu sei que ainda, por mais que seja legal, este assunto continuará a ser polémico por algumas decadas.
Se formos contabilizar o caso de inúmeras crianças vítimas de maus tratos e de violência sexual, tendo em conta aquelas que são barbaramente assassinadas, aquelas que andam sozinhas por aí, porque ninguém quer saber delas, aquelas que apenas servem para receber rendimento mínimo e pensão de alimentos, sim... sou a favor da despenalização do aborto.
As mulheres tem o direito de optar. Só faz quem quer e quem precisa. E ao fim ao cabo, quantas já o terão feito, e actualmente são contra!!! Viva a moral!!!
Esta lei não obriga ninguém a abortar, mas que as classes sociais mais desprotegidas o possam fazer em segurança, sem ter de "largar" centenas de euros às parteiras.
Não se pretende, também, que o aborto seja uma forma de "planeamento familiar", o que se pretende com o referendo não é liberalizar o aborto, é apenas descriminalizá-lo….
Será que é assim tão difícil de entender que quando uma mulher faz um aborto, não o faz de ânimo leve.
Será tão difícil perceber que nem todas as mulheres estão preparadas para serem mães…?
Será que é preferível cometer a crueldade de levar uma mulher a tribunal por ter feito um aborto, aquela que foi talvez a decisão mais difícil da sua vida?
Deixo aqui algumas perguntas:
- Quantos abortos clandestinos se fazem em Portugal?
- Quantas mulheres morrem por praticar o aborto clandestino no nosso país?
- Quem e onde se faz?
- Quais a condições em que se faz?
- Porque se faz?